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Covid-19
11/09/2020 - 15:20h
o Que Virá?
***********Veja********** Estudo exclusivo revela a expectativa dos brasileiros para o pós-pandemia-------------- Há seis meses a rotina do país começou a sofrer uma mudança radical devido ao enfrentamento do novo coronavírus. Alguns indicadores importantes, como o da redução das curvas da doença, mostram hoje que o pior pode ter ficado para trás (veja a reportagem na pág. 40), mas foi enorme o custo para chegar até a esta fase, que permite certas doses de alívio e de otimismo. ----------------- A conta altíssima se materializou em uma catástrofe humanitária que já ceifou mais de 128 000 vidas. Fatores como a postura negacionista do presidente e a falta de disciplina das pessoas contribuíram para criar uma quarentena à brasileira. Essa paralisação confusa e menos rigorosa do que a necessária provocou estragos na economia sem trazer os benefícios de desacelerar suficientemente as contaminações. ------------------- As projeções do mercado financeiro para o encolhimento do PIB têm variado de 5% a 6%, enquanto o desemprego poderá atingir 18%. Embora o ritmo de retorno às rotinas normais esteja acelerando em todo o país, a população carrega ainda mais traumas e cicatrizes do que se imaginava em relação ao sufoco enfrentado nesse passado recente, conforme mostra uma pesquisa exclusiva de VEJA feita pelo instituto Locomotiva. ------------------- O mesmo estudo mediu também as expectativas dos brasileiros quanto ao futuro. Nesse aspecto, parafraseando o escritor Ariano Suassuna, o sentimento é de um realismo esperançoso: vislumbram-se dias melhores, mas ninguém acredita em milagres. “A única certeza é que nada será como antes”, afirma Renato Meirelles, presidente do Locomotiva. “Há um grande freio de arrumação civilizatório em curso.”---------------- No levantamento do instituto feito por telefone com 2 432 pessoas em 72 cidades do Brasil, entre os dias 14 e 16 de agosto, 65% dos entrevistados disseram acreditar que ainda estamos no meio da pandemia, um porcentual semelhante espera a chegada da vacina apenas para 2021 e a maioria relatou sérios desfalques no bolso provocados pela crise. ---------------- Em média, seis em cada dez afirmam que sofreram impacto negativo na renda. Questionados sobre o pagamento de contas no período, quase metade disse que está com os boletos atrasados. A inadimplência atinge 34% das pessoas das classes A e B, mas já alcança 70% dos brasileiros que integram as classes D e E--------------------------- . “Um período muito grande e longo de pandemia desestruturou o tecido econômico do país, seja do lado produtivo, seja do lado dos trabalhadores”, diz Helio Mattar, diretor do Instituto Akatu de promoção do consumo consciente. Só no estado de São Paulo, o índice de calote nas mensalidades de escolas privadas está há três meses acima de 20%, um acréscimo de 12% em relação ao mesmo período no ano passado. No setor de serviços, as perdas chegaram perto de 80%.***************
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